quarta-feira, 2 de março de 2016

Tente-me



Se você não dar a mínima para o Português,
se você julga que a primeira pessoa do presente do indicativo pode ser substituída facilmente por seu infinitivo,
se você dar mais importância ao recado dado versus o texto bem escrito e, assim, acha que "se deu para entender estar bom",

Então é melhor começa a dá importância também à nem tão difícil substituição do infinitivo pelo presente do indicativo!
Porque do contrário, você não será capaz de me entender:
eu sou antitético demais, metafórico demais, hiperbólico demais.
Meu prazer é arcadista!
Meu coração é barroco e ao mesmo tempo romântico - mas não se iluda: meu cérebro é rococó e muito do parnasiano!
Para tampar o caixão, pasme: minhas crises são pós-modernas e superlativamente absolutas!

Se você não estar preparado para tudo isso, esqueça.
É melhor não está mesmo, porque ler-me seria difícil, conjugar-me seria dificílimo, entender-me seria impossível.
Aí, "cumpanhêro", aí não dá. Porque para dar, esse erre que teima em sumir e aparecer onde não deve, vai virar erre de romper, de ruir, de acabar!
Sim, é "pacabá"!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

... não é post sem sentido.

Se soubéssemos que daria certo, tenho certeza que mendigaríamos amor.
Mas, sabendo que é uma loteria, preferimos seguir sós ou preferimos sucumbir às pessoas promíscuas e sofrer pouco em muitas doses.
E assim tudo se esvai até a completa descrença.
Vá entender!

sábado, 28 de novembro de 2015

Grama

A vida às vezes pesa.
Quase sempre pesa.
Só se "enlevece" quando decide não pesar...
Não é uma decisão tão completamente sua assim.

sábado, 15 de agosto de 2015

Um dos meus eus: o mórbido

Ora, se não sou, senão, um compêndio de mim:
minhas perguntas e irrespostas,
minhas dúvidas e minhas dubiedades,
minhas tristezas tão profundamente vividas
e minhas alegrias, efêmeras, tão queridas.

Ora, se não me vejo, senão, como um ponto
em meio a tantos pontos, juntos pontos,
parecidos pontos, massas pontos
e eu, quando me fecho em mim,
sei saber, sei ser, sei pensar,
sei eu... sei ser eu e só eu,
nada mais que eu, meu ponto de mim.

Esse eu louco, que não pensa e só pensa,
que busca sentido, sentindo e imaginando,
para essa vida também louca, para a qual
sequer espero o seu devir,
a não ser seu mais certo porvir.

E, na espera do meu porvir,
derradeiro porvir num suspirar,
vagueio-me só, procurando me encontrar.
Até lá, porvir distante ou perto,
contento-me em caminhar.